Os Sonhadores – The Dreamers

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

“Os Sonhadores” é um filme a roçar o erotismo, produzido em 2003 e que nos conta a história de três jovens deixados sozinhos em Paris enquanto os pais partem de férias. Isabelle (Eva Green) e o irmão Theo (Louis Garrel) convidam Matthew (Michael Pitt), um jovem estudante americano, a ficar no seu apartamento e é aqui que estabelecem as suas próprias regras e experimentam emoções e a sexualidade, dedicando-se a um sem número de jogos mentais de grande exigência. Descobre-te. Sem limites nem pudor.

Sinopse:

Deixados sozinhos em Paris enquanto os pais partem de férias, Isabelle e o seu irmão Theo convidam um estudante, Matthew, um jovem americano, a ficar no seu apartamento.

É aqui que estabelecem as suas próprias regras e experimentam emoções e a sexualidade, dedicando-se a um sem número de jogos mentais de grande exigência.

Passado no turbulento palco politico da França na Primavera de 1968, quando a voz da juventude reverberava pela Europa, “Os Sonhadores” conta-nos a história da auto-descoberta de três estudantes que se testam uns aos outros para ver até onde conseguem ir.

Trailer:

Crítica:

Durante o Maio de 68 em Paris, dois irmãos, Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), filhos de um famoso poeta, convidam um jovem americano estudante de cinema que acabaram de conhecer, Matthew (Michael Pitt), para passar uns dias na sua casa, enquanto os pais estão fora. Depois deste bastante inverosímil convite, Isabelle e Theo iniciam-no numa vertigem erótica que roça o incesto e se encaixa perfeitamente na revolução sexual que se passava lá fora e que só ao de leve os mobiliza.

O problema deste filme é que, embora tenha elementos passíveis de muita discussão, como o incesto, a sexualidade exibicionista, a presença constante de outros filmes que inspiram momentos deste, The Dreamers é tão artificial e tão explícito que não deixa espaço para grandes reflexões. Todo o aparato da beleza ingénua dos protagonistas, do cenário rocambolesco da casa labiríntica e plena de estilo, o sexo pueril mas absolutamente descarado não conseguem provocar. Está lá tudo, é tudo mostrado, sem uma elaborada construção psicológica das personagens, sem uma exploração do triângulo amoroso nem uma proposta de evolução da narrativa. A sensação com que fiquei a ver o filme é que aquela era vivência do Maio de 68 que o realizador e muitas outras pessoas gostavam de ter tido, uma vivência interior, uma libertação sexual que para quem nasceu depois dessa data não faz muito sentido.

Há aspectos bastante positivos na obra. Plasticamente o filme é muito bonito e repleto de referências imagéticas, as passagens de outros filmes, como referi, a construção de quadros vivos, como a imagem de Isabelle vestida ou despida de Vénus de Milo, que transmitem ao espectador essa paixão pelo cinema que une as personagens ao realizador. Mas este invólucro acaba por se revelar oco, desprovido de um conteúdo que nos preencha essa sede de sabedoria e nos tire do mero deleite voyeurista.

Fontes: Portal Cinema e BestCine

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